quarta-feira, 1 de abril de 2015

Correr e pedalar

Há cerca de um mês, um pouco antes de fazer a inscrição na Maratona do Rio, saí, como de costume, para trabalhar de manhã, logo após deixar as crianças na escola. Entrei num ônibus da Zona Sul de Niterói e fiquei parado no mesmo lugar por aproximadamente meia hora, sem que o ponto seguinte se aproximasse. Era verão e a temperatura já havia muito ultrapassado os 30 graus (quem mora no Grande Hell de Janeiro sabe do que estou falando).

Atrasado e correndo como sempre, perdi a paciência, liguei para a minha chefe e avisei: o trânsito está de matar, desci do ônibus e estou voltando em casa para buscar a bicicleta! Chegarei atrasado.
Certo de que isto soava mais como um desabafo que como um aviso propriamente dito, não havia como voltar atrás. 

Enquanto eu pedalava freneticamente pela ciclovia (ah, esqueci de dizer, o caminho que eu percorro é coberto na sua quase totalidade por ciclovias), dava adeus para os motoristas que, solitários no ar condicionado de seus veículos, se impacientavam com o engarrafamento e, quem sabe, com a minha atitude.
A cada pedalada, a cada carro, ônibus ou caminhão ultrapassado, um sorriso no rosto.

Para além do benefício concreto do ganho de tempo no meu dia e da redução do estresse e do sedentarismo, a prática do ciclismo pode ser de muita valia a outras pessoas que, como eu, buscam completar provas de longa distância, como a maratona.

Segundo um artigo da Revista Contra-Relógio, a inclusão de pelo menos dois treinos semanais, em dias alternados à corrida, já trazem benefícios ao corredor. Os ganhos serão sentidos na melhora do condicionamento físico, através dos sistemas cardiorrespiratório e vascular. Isto sem contar o fato de que o ciclismo é considerado um esporte de baixo impacto, se comparado à corrida. A bicicleta pode ser incluída também nos intervalos de corrida com o objetivo de servir como um descanso ativo, ou ser usada ainda para aqueles que se recuperam de lesões ou querem aumentar o volume de treinos sem se lesionar.

Confesso que ainda estou me adaptando a esta nova realidade. Sei que ainda preciso entender o comportamento de motoristas e pedestres nas ruas, pois ambos não respeitam os ciclistas (talvez pela própria ignorância do sentido daquelas linhas pintadas no asfalto- não quero crer em má-fé). Preciso também incrementar minha bicicleta, que ainda não tem todos os equipamentos necessários para uma plena segurança, tanto minha quanto dos próprios pedestres, tendo que ser melhor visualizada.

O que me surpreende disto tudo é a consciência da população frente à adesão por este novo meio de transporte, não poluente e saudável. Espanta-me positivamente a crescente quantidade de pessoas que vem cruzando a Baía da Guanabara em suas bikes diariamente: 10 ou mais bicicletas podem ser vistas a cada embarcação, número que aumenta nos horários de rush.

Lendo isto, você já pensou em dar uma desenferrujada na sua bike, encher seus pneus e ir para a rua? Saia do sofá!


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