Não sei como as pessoas se comportam frente às dificuldades. Eu desisto das coisas muito fácil, por isso tenho sempre que me manter muito focado. Um dia ruim no trabalho, uma chateação em casa ou um programa na televisão já são suficientes pra fazer com que aquelas perguntinhas voltem à minha mente: "Pra que estou fazendo isso? Vale mesmo a pena? Você não vai conseguir. Espera amanhecer. Fica por aqui só hoje, amanhã você vai." E assim deixo de treinar. Ainda bem que tenho estímulos diários que incluem inclusive os comerciais de televisão (um dia vou falar deles aqui), frases de motivação, este blog que aqui se encontra, além do grupo de whatsapp e as trocas de mensagens de texto.
Por falar nisso, estava eu trocando mensagens com o treinador, verificando os novos treinos, cada vez mais adaptados à Maratona propriamente dita e me surpreendi com o fato de já haver na planilha um treino superior à distância da Meia-maratona, no caso 25km daqui a dois sábados. Na hora me lembrei do treino no ano passado no Recreio dos Bandeirantes, quando, tentando acompanhar a Natália Nestal (que treinava para a Maratona), o treinador e sua bicicleta (a Upa-Upa), acabei por completar 25 km pela primeira vez aos trancos e barrancos, quebrando, inclusive. Naquela ocasião pensei que nunca conseguiria completar os 42 km.
Confesso que fiquei muito feliz ao ver a planilha, afinal meu último longão no sábado passado foi realizado de maneira tranquila, num ritmo confortável de 5:45 min/km. E eu ainda achei que estava mais lento, pois meu estado geral era muito bom. Foi muito difícil controlar o pace tendo apenas a velocidade como parâmetro. Culpa do meu Garmin 305 e do meu falecido 220... Não vejo a hora do meu Suunto Ambit 2 chegar, dizem que este relógio é muito bom.
Ainda nesta troca de mensagens, novamente Rossy me chamou a atenção para a minha ansiedade e pouca paciência nos treinos, afinal já me viu quebrar e/ou me lesionar por ir rápido demais, sem respeitar os limites do meu corpo. É ele quem anda sofrendo com o excesso de mensagens sobre treino ou outras questões.
Rossy Borges, o treinador e sócio da UpsportsClub, sempre foi uma referência. Amigo de amigos meus (afinal moramos em Niterói, lugar onde todos se conhecem), nunca o vi como um corredor excepcional, como outros da equipe, como Léo, Fabio, professor 100% Fabinho, Thiago ou Jorge (só para pensar em alguns), mas como um profissional extremamente competente e sempre disponível. Não sei também como ele entrou neste ramo do atletismo, ainda que profissional de Educação Física. Nossa relação oscila entre colegas de boteco, psicólogo e coach técnico. Acho que isto quer dizer profissionalismo: saber afagar quando precisa, dar um sorriso na tristeza e falar firme quando encontra a preguiça ou a estagnação. Ele faz exatamente o que eu espero dele: define os melhores treinos para mim, respeitando a minha gradual evolução, mantém minha motivação em alta e me desafia com uma variedade de exercícios que confesso que, a princípio, acho que não vou conseguir.
Há aqueles que não precisam de treinador. Eu, definitivamente, preciso de alguém, só funciono no tranco.
Boa Tarso... Estaremos juntos na Maratona!
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