terça-feira, 7 de abril de 2015

Correndo na Chuva

Hoje saí pra correr, como de costume, antes do sol nascer. O clima era convidativo: estava garoando. Sinceramente, eu amo a combinação chuva gelada, vento e frio. Deveria estar morando em Londres e não em Niterói. Lembro-me que, em 2012, antes de me lesionar, costumava torcer para chover e, aos primeiros pingos, lá estava eu, feliz no calçadão da Praia de Icaraí.

De qualquer forma, ultimamente ando tendo que dar um trote de aquecimento até a Praia de São Francisco para ver se o meu Garmin 210 sincroniza e capta o sinal do satélite. É uma boa distância e um problema incompreensível para um acessório tão caro. Neste trajeto a chuva apertou, os pingos engrossaram e, ao chegar na praia, o vento lateral se tornou mais forte, mas nada de raios, relâmpagos ou trovões. Na hora comecei a pensar se aquilo me faria mal ou se eu devia continuar. Não demorei a concluir que valia o risco, afinal não teria outra hora pra treinar.

Como resultado de minha crescente perda de peso, meus resultados começaram logo a aparecer e nos dois primeiros quilômetros corri para paces muito baixos e de forma confortável. Ao fim desta distância e de menos de 10 minutos, meu relógio/GPS/Monitor Cardíaco apagou (e até agora segue neste estado letárgico). Na hora xinguei a fabricante, pois eu o comprei há pouco mais de um ano e nunca o havia usado num treino chuvoso.

Num primeiro momento não parei de pensar neste problema e em todos os artigos que li sobre dependência tecnológica e fatores externos ao corredor. Mandei meu relógio às favas e me concentrei apenas na minha passada e na minha respiração nos 8 quilômetros seguintes. Acompanhei também minha evolução através dos relógios de rua e, para minha surpresa, consegui (ou ao menos acredito que consegui) manter o meu ritmo inicial, inclusive aumentando o meu ritmo no fim. Esta distância de hoje eu já sei de cor e não me preocupei com relação ao ponto em que deveria terminar o treino.

No fim, todos já sabem: ida à padaria e pão quente para a família.

Chegando em casa fiz o que se manda: retirei imediatamente a roupa molhada, tomei um banho morno e deixei o tênis pra secar. Li algumas matérias sobre chuva e corrida em sites especializados e me convenci de que fiz o que deveria ser feito. 

Não se espantem, se vierem dias chuvosos, lá estarei eu feliz, correndo na chuva.


PS: Ontem completamos um mês de blog e, inesperadamente, obtivemos (até então) a expressiva cifra de 1220 views. Pra quem queria, como nós três, apenas mais uma motivação para completar a primeira maratona de nossas vidas, esta experiência tem sido bem bacana. Obrigado a todos pelo carinho.

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