*Com contribuições de Rodrigo Troyack
Correr uma maratona é também uma oportunidade de rever os conhecimentos adquiridos no campo das Ciências Biológicas.
A anatomia, por exemplo, é constantemente evocada. Fáscia plantar, banda iliotibial, articulação coxofemoral, gastrocnêmios... é bom você saber esses nomes e saber como prevenir lesões nesses lugares antes que um ortopedista tenha que lembrá-lo daquelas aulas que você faltou porque, afinal, a disciplina era eletiva.
Os conhecimentos de bioquímica te fazem lembrar que os treinos mais longos (aqueles com mais de 21km) costumam promover proteólise, que é a conversão de alanina em glicose, a partir do ponto em que ocorre depleção total dos estoques hepático e muscular de glicogênio, e a gordura também já foi bastante consumida, não sendo capaz de assumir a responsabilidade fisiológica pelo fornecimento de glicose aos músculos por meio de lipólise e beta oxidação de ácidos graxos livres na matriz mitocondrial da fibra muscular.
Nesse caso, o músculo lança mão da proteólise, quebra a molécula de alanina em partículas menores, que são transportadas via corrente sanguínea até o fígado, onde ocorre a transaminação e transformação da alanina em glicose, para continuar fornecendo energia aos músculos. O lactato vai se fazer lembrar por alguns dias após as provas mais longas.
Da fisiologia, trazemos os conceitos da hiponatremia, da desidratação, da regulação do calor corporal. Descuidar deles pode significar o colapso do corredor.
Por fim, talvez você constate que não tem a predisposição genética para corridas longas. Pode ser que você não tenha as mutações certas nos genes certos. Não importa, o importante é que a atividade física diminui as chances de uma predisposição genética ruim (como a obesidade, diabetes, câncer...) se manifestar mais cedo.
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