Definitivamente não estava nos meus planos fazer uma
maratona este ano. Aliás, como também não estava virar um corredor de longa
distância, quanto mais um corredor. Quando comecei a correr, em 2011, o plano
era tão somente desopilar. Até que resolvi procurar uma assessoria esportiva em
busca de orientação e treinos de mais qualidade. Aí você começa a progredir,
faz uma prova de 5km, avança para 10km, enfim, não tem como fugir do lugar comum:
vira, de fato, uma cachaça, no meu caso, mental, que controla a minha
ansiedade.
Também não pensava em fazer os primeiros 21km em 2013. Mas,
após dois anos correndo mais rápido os 10km e aumentando a quilometragem para corridas
de 15km, veio o pensamento: “ao menos uma meia no currículo, vai...”
No meio do caminho, descobri uma hérnia lombar, pouco antes
de fazer a São Silvestre 2012. Me tratei e, seis meses depois, lá estava eu
concluindo os meus primeiros 21km, na Meia do Rio.
Mas, como ficar em apenas uma? A mente pede novos desafios,
algo que te faça sentir vivo. Então, de lá para cá, foram mais três meias: Buenos
Aires, Santiago e a Meia do Rio novamente.
A essa altura, o pensamento “ao menos uma maratona no
currículo, vai...” já tinha vencido o “nunca vou fazer por causa da hérnia”. Porém,
apesar da sementinha plantada, o plano este ano era outro: retornar à Volta à
Ilha de Floripa, em abril; à terceira Meia do Rio (baixando o tempo, claro); e à
XC Run Búzios, uma prova cross country
(dessa vez, aumentando a quilometragem de 10,5 para 21).
A ideia era ganhar mais rodagem e esperar o trabalho “acalmar”
para conseguir tempo para os necessários “longões” pré-maratona. Bem, essa era a
ideia até o Tarso e a Isa decidirem encarar a Maratona do Rio (a propósito, as
amizades são outro fator que te fazem progredir e se superar na corrida).
Pensei: se eu antecipar o plano, vou ter dois parceiros para
superar a barreira psicológica dos treinos. E mais: se o Tarso consegue tempo
com três filhos (um pequeno), por que não eu? Afinal, independentemente da fase
no trabalho, eu teria que acordar mais cedo do que de costume para treinar em
qualquer época.
Foi uma decisão no susto, sem dúvida. Mas tinha que ser
assim. Se o corpo vai resistir, não sei. Pois mesmo os melhores têm seus dias
ruins, “quebram” ainda nos treinos, durante ou após a maratona. O que importa é: vou tentar e em boas
companhias. Dane-se a hérnia! Agora, é foco em musculação, pilates, alimentação
e muita DISCIPLINA. Os 42 são logo ali!!!
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